Meninas, essa reportagem encontrei na revista Boa Forma de 2007. Antiga, eu sei, mas talvez alguém consiga tirar algum proveito da reportagem, assim pelo menos eu espero.
Com atitudes simples, você não só consegue driblar esse sentimento nocivo como também estabelece metas reais de emagrecimento, a chave para ver realizado seu desejo de obter um corpo enxuto
O saldo desses deslizes para quem está de dieta? Na grande maioria das vezes, uma grande culpa. O sentimento, segundo especialistas, faz que a pessoa se sinta indigna, carregue remorso pela sua atitude impensada e, por consequência, se autocensure. "Na prática, ela precisa fazer uma reflexão sobre o que quer e o quanto vale a pena investir para alcançar o sucesso no seu emagrecimento. Nesse contexto a culpa até pode ser uma aliada, mostrando que há algo errado em suas atitudes", afirma Adriano Segal, diretor de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).
Nessas horas, geralmente as pessoas decidem entre duas alternativas: a primeira é mandar tudo para o espaço e abandonar a dieta. A segunda, e mais sensata, é compensar o exagero da noite anterior (o churrasco de domingo ou a escapada naquele aniversário), no dia seguinte. No entanto, de acordo com os especialistas, o problema de quem decide equilibrar esse estrago é que boa parte escolhe o caminho mais inadequado. Ou seja, adotam dietas malucas, jejuns prolongados ou estabelecem metas irreais de emagrecimento. "Todas essas alternativas, aliás, muito comuns em quem vive de regime, acabam sendo como que uma punição pelo fato de terem perdido o controle", declara o psicólogo e psicoterapeuta Marcos De Tommaso, da USP, e credenciado pela Abeso.
Segundo ele, esse sentimento de arrependimento logo depois de uma escapada dessas costuma sugerir uma restrição alimentar por um longo período, a fim de eliminar as calorias extras consumidas. "A pessoa, porém, não consegue suportar por muitos dias um regime tão rígido. Enfim, na primeira oportunidade em que os alimentos ditos 'proibidos' aparecem na sua frente, é comum ela se render à tentação novamente", diz o terapeuta. "É fato que restringir demais a alimentação aumenta a probabilidade de uma compulsão num segundo momento", considera."Sabe aquele ditado que diz que tudo o que é proibido é mais gostoso? Acontece na vida real. E quando esse alimento é retirado do cardápio por ser um 'pecado da gula', o desejo pode tornar-se incontrolável diante dos olhos", observa o terapeuta.
Outro erro muito comum levantado pelo psiquiatra Arthur Kaufman, coordenador do Projeto de Atendimento ao Obeso (Prato), do Hospital das Clínicas, de São Paulo, é devorar rapidamente aquele alimento proibido de quem faz dieta, como o chocolate, por exemplo. "Como ela não consegue segurar a vontade por muito tempo, quando começa a comer sente tanto remorso que devora tudo muito rapidamente para diminuir o tempo da culpa. E como o alimento nem é sentido pelas papilas gustativas, vai ser necessário consumi-lo em grandes quantidades. Ainda assim, não conseguirá saciar o apetite pelo doce", avisa.
Você tem fome de quê? Segundo a psicanalista e psicóloga Cora Ferreira, da Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia (Cepan), se a paciente atrelar a essa fome outros sentimentos como ansiedade, raiva, tristeza ou alegria o descontrole poderá ser ainda maior.
"Em outras palavras, ela tentará preencher um vazio interno com comida. Como esse prazer dura pouco tempo, logo depois vem o arrependimento e a culpa", alerta. "Por isso, sempre após um episódio de descontrole, antes de se sentir culpada a pessoa deve se perguntar: 'por que comi tanto?' e avaliar como estava emocionalmente quando começou a devorar aquela musse de chocolate", observa a terapeuta. De acordo com Cora Ferreira, muitas vezes, mesmo que por poucos instantes, a comida pode satisfazer uma insatisfação pessoal ou profissional.
"O problema é que, com o tempo, a guloseima passa a ser o substituto ou a forma que ela achou para jogar para debaixo do tapete uma carência ou ainda a maneira que encontrou de preencher um vazio que não vem do estômago", alerta a especialista.
Nessas horas, geralmente as pessoas decidem entre duas alternativas: a primeira é mandar tudo para o espaço e abandonar a dieta. A segunda, e mais sensata, é compensar o exagero da noite anterior (o churrasco de domingo ou a escapada naquele aniversário), no dia seguinte. No entanto, de acordo com os especialistas, o problema de quem decide equilibrar esse estrago é que boa parte escolhe o caminho mais inadequado. Ou seja, adotam dietas malucas, jejuns prolongados ou estabelecem metas irreais de emagrecimento. "Todas essas alternativas, aliás, muito comuns em quem vive de regime, acabam sendo como que uma punição pelo fato de terem perdido o controle", declara o psicólogo e psicoterapeuta Marcos De Tommaso, da USP, e credenciado pela Abeso.
Segundo ele, esse sentimento de arrependimento logo depois de uma escapada dessas costuma sugerir uma restrição alimentar por um longo período, a fim de eliminar as calorias extras consumidas. "A pessoa, porém, não consegue suportar por muitos dias um regime tão rígido. Enfim, na primeira oportunidade em que os alimentos ditos 'proibidos' aparecem na sua frente, é comum ela se render à tentação novamente", diz o terapeuta. "É fato que restringir demais a alimentação aumenta a probabilidade de uma compulsão num segundo momento", considera."Sabe aquele ditado que diz que tudo o que é proibido é mais gostoso? Acontece na vida real. E quando esse alimento é retirado do cardápio por ser um 'pecado da gula', o desejo pode tornar-se incontrolável diante dos olhos", observa o terapeuta.
Outro erro muito comum levantado pelo psiquiatra Arthur Kaufman, coordenador do Projeto de Atendimento ao Obeso (Prato), do Hospital das Clínicas, de São Paulo, é devorar rapidamente aquele alimento proibido de quem faz dieta, como o chocolate, por exemplo. "Como ela não consegue segurar a vontade por muito tempo, quando começa a comer sente tanto remorso que devora tudo muito rapidamente para diminuir o tempo da culpa. E como o alimento nem é sentido pelas papilas gustativas, vai ser necessário consumi-lo em grandes quantidades. Ainda assim, não conseguirá saciar o apetite pelo doce", avisa.
Você tem fome de quê? Segundo a psicanalista e psicóloga Cora Ferreira, da Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia (Cepan), se a paciente atrelar a essa fome outros sentimentos como ansiedade, raiva, tristeza ou alegria o descontrole poderá ser ainda maior.
"Em outras palavras, ela tentará preencher um vazio interno com comida. Como esse prazer dura pouco tempo, logo depois vem o arrependimento e a culpa", alerta. "Por isso, sempre após um episódio de descontrole, antes de se sentir culpada a pessoa deve se perguntar: 'por que comi tanto?' e avaliar como estava emocionalmente quando começou a devorar aquela musse de chocolate", observa a terapeuta. De acordo com Cora Ferreira, muitas vezes, mesmo que por poucos instantes, a comida pode satisfazer uma insatisfação pessoal ou profissional.
"O problema é que, com o tempo, a guloseima passa a ser o substituto ou a forma que ela achou para jogar para debaixo do tapete uma carência ou ainda a maneira que encontrou de preencher um vazio que não vem do estômago", alerta a especialista.
Por essa razão o psiquiatra Arthur Kaufman alerta sobre a importância de não se privar de comer o que gosta quando está de dieta. Para ele, a privação é a maior armadilha no processo de perda de peso, já que uma hora acaba caindo em tentação e come compulsivamente aquilo de que mais gosta e que julga ser proibido. "Sem contar que ao achar que está 'caindo em tentação', a pessoa fica deprimida, sentese culpada, sua autoestima cai e ela acaba devorando exatamente aquilo que se privou durante todo o período da dieta", define o médico.
É o que acontece com a gerente de marketing Marise Lemos, de 24 anos. Ela passa a semana seguindo um cardápio bem enxuto, à base de salada, legumes e grelhados, no almoço e no jantar. No entanto, não consegue se conter quando está na companhia de amigos no happy hour. "Uma cerveja chama outra. Em pouco tempo bate aquela vontade de beliscar algo que é sempre à base de frituras", entrega. "No fim do encontro nem percebo o quanto excedi a minha rotina alimentar", afirma. Outro deslize comum cometido por Marise é devorar a guloseima que tem na geladeira, quando está sozinha em casa. "Certo dia estava em casa à noite vendo TV. De repente me deu uma vontade de beliscar algo. Abri a geladeira e me deparei com uma rosca doce. A cada intervalo eu abria a geladeira e pegava uma fatia. No fim do filme eu já havia devorado o doce inteiro, sem perceber", confessa.
É o que acontece com a gerente de marketing Marise Lemos, de 24 anos. Ela passa a semana seguindo um cardápio bem enxuto, à base de salada, legumes e grelhados, no almoço e no jantar. No entanto, não consegue se conter quando está na companhia de amigos no happy hour. "Uma cerveja chama outra. Em pouco tempo bate aquela vontade de beliscar algo que é sempre à base de frituras", entrega. "No fim do encontro nem percebo o quanto excedi a minha rotina alimentar", afirma. Outro deslize comum cometido por Marise é devorar a guloseima que tem na geladeira, quando está sozinha em casa. "Certo dia estava em casa à noite vendo TV. De repente me deu uma vontade de beliscar algo. Abri a geladeira e me deparei com uma rosca doce. A cada intervalo eu abria a geladeira e pegava uma fatia. No fim do filme eu já havia devorado o doce inteiro, sem perceber", confessa.
Perdido por um, perdido por todos: Mesmo arrependida, Marise confessa que é do tipo que só retoma a dieta na semana seguinte. "Se eu me descontrolar numa sexta-feira, por exemplo, só volto à rotina restrita na segunda-feira", revela.
Segundo Marcos De Tommaso, ninguém é perfeito. Deslizes acontecem. Eles não podem ser, no entanto, o motivo para jogar tudo para o alto.
Nem tampouco fazer de uma escapada dessas um hábito. "Caiu, escorregou? Levante e sacuda a poeira. Ou seja, comeu demais numa ocasião, volte ao cardápio normal já na próxima refeição. A comilança aconteceu à noite? No dia seguinte, consuma o que estava habituada, não pule refeições nem se arrisque em dietas restritivas", avisa Tommaso.
Esse é o exemplo da designer Cristiane Pino, de 24 anos. Mesmo tendo um peso que oscila dos atuais 59 kg aos 63 kg nos seus 1,68 m, ela segue uma alimentação balanceada na semana. É do tipo que não sai de casa em jejum, faz os lanches intermediários entre as refeições e, no seu almoço sempre tem salada, alimentos integrais e carnes magras. No seu prato do jantar só entram sopas - das mais variadas - mas segundo ela, sem batata, macarrão ou arroz.
Segundo Marcos De Tommaso, ninguém é perfeito. Deslizes acontecem. Eles não podem ser, no entanto, o motivo para jogar tudo para o alto.
Nem tampouco fazer de uma escapada dessas um hábito. "Caiu, escorregou? Levante e sacuda a poeira. Ou seja, comeu demais numa ocasião, volte ao cardápio normal já na próxima refeição. A comilança aconteceu à noite? No dia seguinte, consuma o que estava habituada, não pule refeições nem se arrisque em dietas restritivas", avisa Tommaso.
Esse é o exemplo da designer Cristiane Pino, de 24 anos. Mesmo tendo um peso que oscila dos atuais 59 kg aos 63 kg nos seus 1,68 m, ela segue uma alimentação balanceada na semana. É do tipo que não sai de casa em jejum, faz os lanches intermediários entre as refeições e, no seu almoço sempre tem salada, alimentos integrais e carnes magras. No seu prato do jantar só entram sopas - das mais variadas - mas segundo ela, sem batata, macarrão ou arroz.
Mas como ninguém é de ferro, Cristiane entrega que seus deslizes sempre acontecem no fim de semana. "Eu adoro rodízio de sushi e sei que é supercalórico, porque boa parte dos pratos é frita na manteiga.
Como acompanhamento, tem sempre saquê. Sem contar que quando vou a bares, não resisto à dupla cervejinha e batata frita... Na hora eu aproveito, mas depois bate aquele arrependimento", entrega. "A saída que encontrei para ficar em paz com a culpa e com a balança foi diminuir as porções logo nas refeições seguintes à comilança. Se o deslize foi no sábado à noite, por exemplo, no domingo eu já abro mão da sobremesa do almoço e também diminuo o tamanho das porções. Continuo comendo de tudo, mas meu prato fica bem menor. Na segunda-feira, eu volto para a minha rotina alimentar normal", afirma.
Aprenda a fugir das ciladas:Abaixo, os psicólogos Marcos De Tommaso e Cora Ferreira, e a nutricionista funcional Daniela Jobst enumeram as táticas que você deve usar para sair do círculo vicioso entre culpa e restrição alimentar. Afinal, com o tempo, sentimentos como medo de engordar e culpa por comer podem desencadear doenças graves como compulsão, bulimia e até anorexia
primeiro passo: evite dietas muito restritivas e jejuns prolongados. A privação aumenta a ansiedade e a probabilidade de um descontrole quando você se deparar com o alimento de que mais gosta;
estabeleça uma meta de emagrecimento realista, incluindo, sim, alguns deslizes no planejamento. Defina, sobretudo, estratégias para lidar com as situações depois deles, sem ter de partir para a restrição total nem tampouco abandonar a dieta balanceada por causa de uma escapada. Veja alguns exemplos:
evite ter em casa doces, sorvetes e guloseimas, principalmente aquelas de que você mais gosta e sente dificuldade em se controlar. A chance de um deslize na hora da fome é grande;
está no meio da semana e sentiu uma vontade de comer um chocolate? Vá até a padaria ou ao supermercado e compre uma porção individual. O mesmo vale para o seu bolo preferido, aquela fatia de pizza, etc.
coma devagar. Desfrute do prazer de saborear o alimento. Essa regra vale para todas as refeições, até mesmo para aquela guloseima de que você tanto gosta;
lembre-se de que o segredo para lidar com as várias paixões alimentares que todos têm é a quantidade e a frequência. Se você se dá o prazer de consumir uma quantidade pequena da guloseima ou do quitute de que gosta, de vez em quando, o progresso no emagrecimento não sofrerá nenhum impedimento;
o mesmo vale para o chope. Não exagerando na dose - uma ou duas tulipas no fim de semana ou de vez em quando com os amigos - ele pode ser perfeitamente incluído no cardápio. Faça, entretanto, uma refeição leve antes de sair com os amigos. Estando satisfeita, a chance de você cair em tentação é quase remota;
não se sinta culpada quando se permitir degustar o que deseja, ou mesmo se vier a cometer algum deslize na quantidade. Volte à rotina alimentar normal já na próxima refeição;
por outro lado, não se esqueça daquilo de que se propôs: se você quer e deseja emagrecer, sabe que terá de fazer escolhas saudáveis e terá de abrir mão de outras para manter o foco. Mas nada que fuja do equilíbrio e da variedade.
Como acompanhamento, tem sempre saquê. Sem contar que quando vou a bares, não resisto à dupla cervejinha e batata frita... Na hora eu aproveito, mas depois bate aquele arrependimento", entrega. "A saída que encontrei para ficar em paz com a culpa e com a balança foi diminuir as porções logo nas refeições seguintes à comilança. Se o deslize foi no sábado à noite, por exemplo, no domingo eu já abro mão da sobremesa do almoço e também diminuo o tamanho das porções. Continuo comendo de tudo, mas meu prato fica bem menor. Na segunda-feira, eu volto para a minha rotina alimentar normal", afirma.
Aprenda a fugir das ciladas:Abaixo, os psicólogos Marcos De Tommaso e Cora Ferreira, e a nutricionista funcional Daniela Jobst enumeram as táticas que você deve usar para sair do círculo vicioso entre culpa e restrição alimentar. Afinal, com o tempo, sentimentos como medo de engordar e culpa por comer podem desencadear doenças graves como compulsão, bulimia e até anorexia
primeiro passo: evite dietas muito restritivas e jejuns prolongados. A privação aumenta a ansiedade e a probabilidade de um descontrole quando você se deparar com o alimento de que mais gosta;
estabeleça uma meta de emagrecimento realista, incluindo, sim, alguns deslizes no planejamento. Defina, sobretudo, estratégias para lidar com as situações depois deles, sem ter de partir para a restrição total nem tampouco abandonar a dieta balanceada por causa de uma escapada. Veja alguns exemplos:
evite ter em casa doces, sorvetes e guloseimas, principalmente aquelas de que você mais gosta e sente dificuldade em se controlar. A chance de um deslize na hora da fome é grande;
está no meio da semana e sentiu uma vontade de comer um chocolate? Vá até a padaria ou ao supermercado e compre uma porção individual. O mesmo vale para o seu bolo preferido, aquela fatia de pizza, etc.
coma devagar. Desfrute do prazer de saborear o alimento. Essa regra vale para todas as refeições, até mesmo para aquela guloseima de que você tanto gosta;
lembre-se de que o segredo para lidar com as várias paixões alimentares que todos têm é a quantidade e a frequência. Se você se dá o prazer de consumir uma quantidade pequena da guloseima ou do quitute de que gosta, de vez em quando, o progresso no emagrecimento não sofrerá nenhum impedimento;
o mesmo vale para o chope. Não exagerando na dose - uma ou duas tulipas no fim de semana ou de vez em quando com os amigos - ele pode ser perfeitamente incluído no cardápio. Faça, entretanto, uma refeição leve antes de sair com os amigos. Estando satisfeita, a chance de você cair em tentação é quase remota;
não se sinta culpada quando se permitir degustar o que deseja, ou mesmo se vier a cometer algum deslize na quantidade. Volte à rotina alimentar normal já na próxima refeição;
por outro lado, não se esqueça daquilo de que se propôs: se você quer e deseja emagrecer, sabe que terá de fazer escolhas saudáveis e terá de abrir mão de outras para manter o foco. Mas nada que fuja do equilíbrio e da variedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário